As pessoas gostam de falar.
Elas amam falar umas das outras.
É incrível o prazer que sentem ao apontar o dedo para julgar.
Muitas pessoas mal sabem como cuidar da própria vida, mas são cheias de razões e meios de como cuidar da vida de outras pessoas. E pra mim isso nunca fez sentido.
Eu nunca entendi porque devemos fazer algumas coisas para agradar algumas pessoas. Tipo, nunca entendi porque eu devo me encaixar em algum padrão por, basicamente, ser um comportamento padrão.
A responsabilidade de ser quem querem que eu seja é um peso que eu não quero suportar.
Por isso eu nunca me importei muito com quem dizia se importar com a minha vida.
A gente reconhece quando alguém quer o bem da gente ou quando quer que a gente só saia da frente.
Eu quero que se exploda quem me julga pelo jeito que sou, pelas fotos que tiro, pelas coisas que digo, pelos lugares que frequento e por quem eu amo; quero que se exploda quem nos julgar por estarmos juntos.
O mais engraçado é que somos iguais a todas as outras pessoas. Pagamos os mesmos impostos, pegamos o mesmo transporte público lotado, damos sinal para o mesmo ônibus, passamos pelas mesmas escadas, usamos os mesmos talheres nos restaurantes, mas o que mais incomoda para quem não gosta da gente é simplesmente o fato da gente se gostar. Fico pensando se cada uma dessas pessoas que nos olham estranho nas ruas soubessem que só desejamos o bem à elas. Eu amo o que somos e o que estamos construindo, amo ainda mais o fato da gente retribuir com pensamentos de amor quem nos deseja dor.
As pessoas gostam de falar.
Mas imagina o que elas sentiriam se gostassem de se gostar?
Imagina se cada pessoa que gosta de falar sobre a vida de outra pessoa gastasse esse tempo de alguma forma produtiva? Se essa forma produtiva fosse para si mesma? Planejar uma viagem? Procurar um novo emprego? Pedir desculpas à alguém? Sério, eu fico pensando em tudo de bom que daria pra fazer com o tempo gasto por quem propaga tanta coisa ruim.
Bem, talvez eu aqui repetindo essas coisas, esteja só me tornando mais uma dessas pessoas. Por isso, prefiro falar de você e de como gosto do que somos.
Meu coração parte quando te vê partir no fim do domingo. Ao mesmo tempo, me invade uma felicidade sem igual sentir o seu perfume num casaco esquecido em casa. Gosto da sensação da sua pele encostando na minha, vai ver é porque elas são iguais.
Todos os dias celebro a alegria da sua companhia.
Depois que te conheci, passei e entender um pouco mais dos meus defeitos, além de me empolgar mais com a vida e com os planos que dá pra fazer, desde que em todos eles eu tenha você. Não me preocupo se um dia você resolver ir embora, pois ando ocupado demais pensando em mais motivos para querer continuar aqui.
A gente se gosta ainda que não gostem da gente. E isso nunca vai importar. Aliás, temos bons amigos, quem precisamos ao nosso lado pra gente gostar, temos quem podemos contar apesar de um mundo tão cruel em que mal podemos contar quem somos.
Não tem diferença com qualquer outra pessoa: eu sinto ciúmes com algumas fotos que curte, fico ansioso esperando sua mensagem de que chegou em casa e reclamo da sua demora em se arrumar, assim, como qualquer outra pessoa; como qualquer outra pessoa que sente amor pela outra.
E além disso tudo, além de dividir nossos dias bons e ruins, nós podemos dividir o mesmo barbeador.
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