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Em um relacionamento sério com a paz

Pela primeira vez na vida me bateu uma vontade de deixá-la acontecer; uma vontade muito mais forte do que querer que ela aconteça. As somas decepções que vivi serviram de atalho para que eu me sentisse assim hoje.
Eu queria sim ter tido aquela resposta, eu não queria que só visualizasse! Eu queria sim ter te beijado mais vezes, eu queria ter transado mais vezes com você, queria também ter ido ao cinema – eu esperei tanto por isso. Eu queria que tivéssemos vivido uma história mais séria! Eu sonhava em poder te apresentar como alguém que eu tinha um compromisso. Eu queria que me elogiasse depois de eu levar horas para me arrumar antes de te ver, queria que falasse do meu cheiro. Eu queria tanto ouvir “vamos” quando eu te fazer um convite de algo para fazer. Eu queria ler mais do que uma ou duas palavras durante a matadora espera do seu “digitando…”. Eu queria acreditar que o seu “haha” era sincero. Eu queria que sentisse orgulho de mim. Eu queria que me dissesse o bem que eu te fazia – se é que eu te fazia algum bem. Eu queria que me colocasse nos planos do seu fim de semana. Eu queria me sentir prioridade! Eu queria poder dormir e acordar com uma mensagem carinhosa sua. Eu queria que me convidasse para fazer qualquer coisa. Eu queria provar daquele sorvete que dizia gostar. Eu queria poder te beijar no meio da rua. Eu queria sentir que você estava feliz ao sentar ao meu lado no metrô. Eu queria que não tivesse segredos comigo. Eu queria que me contasse das pessoas que pergunto que te conhecem. Eu queria que você gostasse de dividir sua vida com a minha. Por Deus, eu queria tanta coisa, eu falaria por horas tudo o que eu queria de você. Eu queria o mínimo que somado é o máximo. Eu só queria. Eu só, queria.

Eu queria de você tudo aquilo que eu faria por você.
Levei um tempo para enxergar que eu me frustrava por não encontrar em você o que só consigo encontrar em mim.
Meu erro foi esperar de você coisas que eu faria por alguém.

Sou eu quem dá a resposta mesmo sem ter obrigação ao invés de só visualizar. Sou eu quem beija mais vezes, quem transa mais vezes, quem chama para ir ao cinema. Sou eu quem gosta de viver uma história mais séria. Eu adoro apresentar para as pessoas alguém especial que estou conhecendo. Sou eu quem repara em alguns detalhes e gosta de elogiar quando acha que deve, que gosta de sentir o cheiro do perfume e o da pele. Sou quem não pensa duas vezes para dizer “vamos” quando me convidam para fazer alguma coisa. Sou eu quem se dá ao trabalho de responder cada palavra justificando assim a demora durante o meu “digitando…” Sou eu quem gosta de colocar a pessoa nos planos do meu fim de semana. Eu gosto de fazer alguém se sentir prioridade! Eu gosto de surpreender com uma mensagem carinhosa pela manhã. Eu dou risada de verdade quando mando um “hahaha”. Eu amo dividir com alguém meus gostos preferidos. Sou eu quem gosta de beijar no meio da rua. Sou eu quem gosta de enroscar minhas pernas nas de quem me acompanha no metrô e brinca de ver reflexos na janela. Sou eu quem evita de ter segredos. Gosto de contar das pessoas que conheço, explicar as notificações do Whatsapp e fazer relações do tipo: “Lembra da fulana minha amiga do trabalho? Então é ela” Sou quem gosta de dividir a minha vida com quem divide a própria comigo. Sou eu quem faz um milhão de coisas, às vezes calculando, às veses sequer sem pensar, mas sempre faço o que sinto, ainda que algumas vezes exagerando mas sempre tentando mostrar como o mínimo pode ser o máximo. Sou eu quem. Sou eu, quem?

Pela primeira vez na vida me bateu uma vontade de viver mais o que preciso do que aquilo que eu gostaria. Hoje estou mais disposto em ter um relacionamento sério com a paz do que com alguém que eu gostaria.

Poderia Ser Pior, Poderia Sugerir Sermos Amigos

Leia ouvindo:

Ok.
Eu não aguento mais. Tentei ser elegante, tentei te fazer entender rápido, mas pelo jeito você só funciona quando perco o limite, né? Pois bem. Acontece que está tudo errado!
Não está fazendo o menor sentido o modo com o que estamos lidando com essa situação toda, e pra usar justiça, vamos relembrar. Pela última vez, vamos relembrar.

Você por acaso faz ideia de quantas vezes eu tentei fazer com que a gente ficasse numa boa? Olha, eu me esforcei tanto, mas tanto, só com o objetivo da gente se acertar. E sabe o que conseguimos? Tudo, menos se acertar.

Aí foi inevitável acontecer o que aconteceu. Nem você, nem eu temos culpa, era uma situação que tínhamos consciência que cedo ou tarde chegaria, era uma definição que não poderíamos fugir e se caso fizéssemos isso, com certeza a gente ia sofrer muito mais. Chegou uma hora que entramos em realidades brutalmente diferentes. Em outras palavras, não dava mais certo e cada um foi seguir sua vida e viver suas novas histórias. Ou pelo menos deveríamos.

Queria te falar que quando eu coloco uma coisa na cabeça, ninguém me tira, e aliás, você bem deveria saber disso. Ou seja, eu não brinquei quando disse que se fosse pra gente terminar, que seria definitivo, pois pior que sofrer com o fim é sofrer por um recomeço que não deu certo. Apesar de eu concordar com segundas chances, lembre-se que demos terceiras, quartas e quintas chances pra nós e fingir cegueira com o desgaste é loucura. Não tivemos força pra fazermos uma receita de bolo nova para o nosso fatiado.

E é fácil você me entender. É só a gente realmente parar pra pensar pra ver como as coisas andavam pra nós. Como andavam mal.

Aí eu virei todas as páginas e felizmente tive a sorte de conseguir começar uma nova história em um momento em que eu mais precisava. Era um momento em que eu me sentia um lixo, totalmente desinteressante e desnecessário. Não foi nada fácil ter que encarar “numa boa” mais um fim.
Só que essa dor tem data de validade e um estímulo para acabar mais rápido é no momento em que alguém nos prova que somos sim interessantes, que somos importantes, que podemos ser mais, e o mais legal, que podemos ser sempre melhores e que podemos encontrar alguém que nos valorize da forma que somos. Eu encontrei alguém assim. Hoje, enquanto estamos juntos e mesmo que acabe um dia, vou poder comemorar por viver uma fase tão especial.

Você insiste em viver do que aconteceu ao invés do que pode acontecer.

E da noite pro dia, começa a me encher o saco vindo atrás de mim com mil argumentos e chantagens emocionais na tentativa de me desestabilizar e assim, numa remota possibilidade, voltarmos a ter algo.

É engraçado, ai ai… Em pensar que você concordou com o fim como se a razão fosse sua e praticamente gorava que eu ia correr atrás, me arrepender e me ajoelhar pra você. Quem diria.
Hoje vejo você se comportando como um anjo indefectível, como se jamais erraria. Até a sua fisionomia mudou, só não você por essência, percebo isso nas três primeiras palavras totalmente pensadas pra me impressionar ao invés de me convencer.

Você precisa entender que quanto mais força a barra para eu voltar mas você me joga pra longe.

Sério, não quero que pense que estou dificultando as coisas, que estou sendo resistente por orgulho, quero sim que pense de uma vez por todas que acabou, que não vai dar mais certo, não agora, não nos próximos meses, não nos próximos anos e você deveria ficar feliz por eu ter tanta lucidez e falar desse jeito ao invés de sentenciar um NUNCA MAIS.
Você perdeu tanto tempo com a certeza de que eu me arrependeria, enquanto eu aproveitava o mesmo tempo com a certeza de que esse seria o fim mais honesto pra nós. Entende o seu erro nesse caso? Por quê afinal se quando pensou que estava me perdendo definitivamente não fez algo que fosse realmente útil pra gente voltar a conversar? Por quê esperou que eu fizesse algo ao invés de você fazer algo?

Você esperou tanto que eu fui lá e fiz. Só não o que você esperava.

Por favor, me deixe viver.
Você vai continuar pra sempre comigo como uma história pra lembrar e uma lição aprendida e se quiser eu nem me importo de pertencer na sua história ou não, o fato é que eu não consigo mais aguentar você insistindo por algo que está claro que não dará mais certo, algo que pra mim está claro.

Sem covardia ou cara de pau, mas sem essa de “a amizade continua”, a verdade é que não conseguimos mais sustentar qualquer relação de contato, pelo menos não agora. Você precisa de espaço pra esvaziar a cabeça e focar nas coisas da sua vida enquanto preciso de espaço pra fazer o mesmo além de seguir uma história que já comecei e que tem me feito muito bem.
Entenda que você é uma pessoal especial pra mim, mas não estamos na fase de nos falarmos tanto, por isso, pare de me ligar, de me mandar mensagem, de falar comigo nas redes sociais, de falar com meus amigos sobre mim, pare de viver sua vida em função da minha e viva por você.

É isso que eu te peço e é a última vez que toco nesse assunto com você.