Eu pensei que chegaria aqui hoje com você ao meu lado.
Pensei que eu não ia sair assim tão cedo da sua rotina.
Eu sou assim: começo as coisas sem ligar muito para o fim.
Não consigo me preocupar com a parte ruim das coisas tendo as boas para aproveitar. Por isso, é claro que depois do nosso primeiro beijo eu já projetei um futuro para nós dois, eu já planejei viver esse Dezembro com você.
Mas eu esqueço que talvez a melhor parte da vida é não saber como ela vai acontecer.
Antes de você eu já vivia bem, você apareceu parar melhorar e foi embora para me ensinar. Conheci outras bocas depois da sua que também me fizeram bem, encontrei graça em outros motivos para dar risada e adicionei outros telefones no whatsapp deixando a nossa conversa lá no fim – que aliás tão cedo não vou apagar.
Aí apareceu outra pessoa.
Lembro até hoje como foram as nossas primeiras conversas. Lembro dos links engraçados que eu mandava e das indiretas de fazer algo no fim de semana que eu dava. Fiquei com a impressão de fazer com ela tudo o que fazia com você até me tocar que, na verdade, sou eu sendo sempre eu mesmo em tudo que me envolvo. Essa pessoa foi quem me lembrou como é bom se dedicar para alguém. Eu gostava do que vivíamos. Era gostoso ler um ‘me avisa quando chegar em casa?’ depois da despedida, bem como era gostoso acordar com um ‘bom dia <3’. Mas aí ela também foi embora levando um pedaço de mim e eu fiquei com outro dela.
Nós passamos a vida carregando pedaços de outras vidas.
E então quando eu menos esperava – que clichê é viver – conheci alguém especial.
O negócio foi meio diferente. Eu estava meio na defensiva depois das tentativas ao longo do ano. É natural que sintamos medo de um novo começo pela lembrança do último fim. Mas sabe de uma coisa? Eu preferi me entregar só para ver onde tudo isso ia dar. Não vi problema em me dar uma chance para tentar. E não é que foi mais legal do que esperava? Acho que aprendi anos em semanas, até que esse alguém também se foi.
Entre essas pessoas estão os motivos que eu dei para terminar e os que me deram. Bobeira é apontar culpados para não ter continuado. E aliás, o que é continuar? Sorte a minha é poder ter a vida para aproveitar o privilégio de conhecer novos corações que se encaixem com o meu enquanto for especial para os dois. Eu chorei nos últimos meses por não querer acabar, mas também fiz chorar por querer acabar. Hoje sou quem vou odiar ou amar amanhã. Por um minuto a minha dor foi a pior desse mundo; por um minuto fui a pior dor do mundo de alguém.
Quantas mais experiências tenho, mais experiência quero viver. É excitante aprender a lidar com o jeito de outra pessoa, aceitar que nem sempre estou certo, e o melhor, que muitas vezes me faz até melhor estar errado. Gosto do frio na barriga de congelar e das conversas infinitas no celular. Vendo por esse lado, nos últimos meses eu tive tudo o que eu queria viver desde Janeiro. Vivi amores para guardar ao passo que me tornei um amor para que esqueçam.
A vantagem em conhecer pessoas novas é que a próxima sempre vai conhecer um melhor da gente, pois cada lição que aprendemos por quem passa pela nossa vida nos prepara para quem está para chegar. E a vida é uma eterna caminhada. As pessoas que mais tempo caminharam comigo tiveram o melhor que eu pude oferecer e isso é motivo o bastante para eu ser humilde em reconhecer.
O meu presente de natal este ano é ter a certeza que dei os melhores beijos da minha vida nesses meses. E se o Natal significa a celebração do amor, posso dizer que tenho motivos para celebrar pois nunca amei tanto quanto esse ano. Nunca vibrei tanto por amar nem sofri tanto, o que no fim, significa que eu nunca vivi a vida tão pra valer como sempre deve ser.
Nessa época do ano lembro que talvez a melhor parte da vida é não saber como ela vai acontecer.

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