Tudo bem não querer que algumas coisas aconteçam,
até aí começar a pensar que o fato delas acontecerem ou não pode influenciar a nossa vida de forma negativa, é escolha de cada um.
Isso não é uma máxima que se aplica a tudo, mas é um ponto de vista a se considerar.
De todas as coisas que a gente ouve nessa vida, é melhor acreditar nas melhores.
É que os exemplos de coisas que não dão certo não comprovam que nunca dará certo um dia, portanto, é confortável lembrar das exceções e de que tudo de ruim que pode acontecer, pode simplesmente não acontecer. Mas é bom entender que não é pra ignorar essa possibilidade, mas sim pra trocar de prioridade.
O pensamento bom é o atalho para que as coisas boas aconteçam. A gente escolhe seguir ou não.
O fato é que a gente se fala há um tempo.
Sabe aquela conversa morna de internet e tal? Pois é, essa mesma, a gente conversava sobre amenidades, nada muito grande ou muito sério. Até que a coisa começou a mudar. Sem querer – ah vá, ná? – deixei escapar uma cantada aqui e outra ali e sem querer – duvido! – ela deixou escapa que estava curtindo essa ideia.
Quando a gente se permite mais, a gente aprende mais.
Nunca fui daqueles de me bloquear diante das coisas ou de bradar: “Ah, isso eu jamais vou fazer”, porque vai saber né, amanhã estou eu lá fazendo exatamente as coisas que jurei de pés juntos nunca fazer.
Acontece que no começo eu não considerava nada entre a gente, até porque tínhamos amigo em comum, e sei lá, ia parecer meio estranho, enfim, nem passou pela minha cabeça nada.
Nem toda decepção é negativa.
Acabei me decepcionando comigo mesmo e comecei e vê-la de um jeito meio diferente. Não faço a menor ideia do que me deu na telha, talvez pelas nossas conversas, pelas fotos que ela postava, pelo jeito interessante que ela se demonstrava, ou por tudo isso junto, vai saber, só sei que começou a nascer em mim uma vontade de ver mais de perto.
O mais louco é que a gente nunca tinha se visto na vida, embora já podíamos falar que nos conhecíamos bastante, afinal, a gente conversava tipo MUITO. Ah, internet! <3
E foi meio que assim, pouco a pouco, fui deixando amadurecer a ideia de que poderia acontecer alguma coisa ali. Apesar de eu me assustar um pouco, gostei do frio na barriga que veio me visitar.
Vale ressaltar que em nenhum momento pensei: “pode ser a pessoa ideal pra minha vida”, o que é bem estranho vindo de mim. Eu só me permiti pensar diferente sobre a gente, a troco de nada mesmo. E quanto mais louco isso parecia, mais eu queria que acontecesse.
O que o tempo mais espera da gente é que a gente dê tempo à ele.
É bem isso, não adianta forçar nada, a gente pode sim facilitar, fazer a nossa parte, colaborar, acompanhar o relógio, mas querer viver sem regra não faz com que as coisas que desejamos aconteçam mais rápido.
Aí a gente marcou de se ver.
Naquela altura nossas conversas já eram um bocado abusadas. Já rolava aquelas indiretinhas de ciúmes, do tipo: “Ihh, quem é esse cara comentando na sua foto?” seguido por um “Hahaha, tô brincando!”. Brincando uma ova! Era só teste pra ver a reação.
No jogo que é a conquista, pontua mais quem consegue perceber mais reações.
Apesar de, claro, ter gente que acha que está dando mole mas na verdade está ou contrário; ou gente que acha que tem alguém dando mole quando na verdade é só amizade.
Amizade, esse é um ponto.
Não tem como mentir que a gente já era amigo.
Eu contava quase todas as minhas coisas pra ela e ela bem que contava algumas bem particulares, então, aos poucos, fomos criando aquele vínculo gostoso de confiança. Nunca me proíbi.
Voltando ao dia que a gente marcou de se ver, nos encontramos.
Ela estava bonita e eu estava, como eu posso dizer, eu estava “ok”.
Aí foi aquele negócio, conversa vai e vem, aquele sustinho de ver pessoalmente uma pessoa que me conhecia tão bem. Tocamos no assuntos dos amigos em comum que a gente tem e tudo ia muito bem.
E bota bem nisso.
Até que entre uma brincadeira ou outra de “err se liga, você tá ótima” tocando no corpo e ela exibindo charme do tipo “aff meu, tô naaada” exercitando o mais profundo charme, a gente se beijou.
Foi louco! Bem louco! Tipo, não sabia até que ponto aquela conversa ia dar apesar das indiretas. Poxa, somos muito amigos e viver aquele momento foi bem estranho.
Lembro que depois do beijo a gente se olhou e deu risada, mas não interrompemos o carinho, pelo contrário, demos outro beijo, e outro, e outro.
A partir dali nossas conversas ficaram mais deliciosamente carinhosas e nem vimos a hora passar naquela cafeteria.
Vale lembrar que o tempo é implacável e isso é algo que a gente tem que lidar.
Estava ficando tarde e precisávamos ir embora.
Nos despedimos e partimos em direções contrárias.
Voltei pra casa com a cabeça maluca, sei lá o que tinha acontecido, eu não estava acreditando muito em tudo, mas estava contente e feliz por ter vivido aquela experiência.
Ela me avisou que chegou, eu também e o dia acabou.
Dia seguinte ela me chamou no chat normalmente, pra saber como eu estava. Respondi normalmente e perguntei normalmente como ela também estava.
Aí vem a parte louca da história: isso tudo só aproximou a gente ainda mais.
Sempre ouvi muita história que não rola “amigos ficarem” e coisas do tipo, e aliás, eu nunca parei pra pensar nessas coisas. Mas a gente serve pra provar que as exceções são valiosas e por isso tão raras. E que além disso, que se bloquear de viver coisas por causa de opiniões de outras pessoas ou de que “todo mundo diz” e etc, não leva a lugar nenhum.
Conversamos bastante sobre a gente e concordamos que foi uma experiência única pra ser vivida ali. Vez ou outra lembramos do dia e damos risadas sobre como foi e em como o mundo deu voltas, como a gente não esperava nada daquilo – até que esperava um pouquinho pelas indiretas, vai – mas esperar é uma coisa, acontecer é outra, né?
E a gente só não contava que o que era bom poderia ficar ainda melhor.
Que a nossa amizade evoluiu para algo ainda maior, onde a gente pode confiar cegamente um no outro pra falar sobre qualquer coisa, inclusive sobre outros alguéns.
Desde então, a gente ficou mais próximo e eu preciso da presença dela pra me frear ou pra me acelerar nessa vida.
Por uma vida com mais chances para as exceções.
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