Demorou mas agora a ficha caiu.
O que está claro para mim hoje é que nunca fui para você nem perto do que eu te considerava para mim. O problema é que quando estamos envolvidos com alguém, completamente mergulhados no que sentimos, fica muito difícil colocar a cabeça para fora e enxergar a vida acontecendo exatamente como é. E, desse modo, a gente tende a enxergar as coisas que queremos viver, ou seja, eu passei muito tempo te enxergando ao meu lado mas isso era mais o meu desejo do que a verdade sendo real.
Eu só consigo perceber agora que por muito tempo fui eu tentando chamar sua atenção enquanto você mal sabia chamar meu nome. Eu só consigo perceber agora que você ignorou exatamente todos os meus convites pra gente fazer algo, só que a minha cabeça mentia para mim dizendo que você parecia realmente estar ocupada.
Ninguém é tão ocupado assim. Eu é que nunca fui relevante assim para você.
E isso explica também todas as vezes que me ignorou e sequer me respondeu uma mensagem. É só abrir o histórico das nossas conversas e você vai ver o quanto era eu puxando assunto com você, e você, ao invés de me esclarecer que não ia acontecer nada, do nada aparecia feito fantasma desgraçando a minha cabeça e me fazendo acreditar em alguma coisa – sendo que essa coisa nunca existiu. Vê a bosta?
Quando a solução é partir para outra.
Quando a solução é partir para outra é quando alguém parte nosso coração. É quando a gente deve recolher os pedaços desse coração e deixar que o tempo os una novamente. O tempo e alguém que aparecer com vontade de ajudar a curar os machucados que os cacos fizeram. O tempo, alguém e nós mesmos, sempre nós mesmos.
A solução é partir para outra quando fica claro que a gente parece remar em uma canoa furada; quando a gente parece querer viver a dois uma história que alguém quer viver sozinho – ou não com a gente; quando a gente vê que dá para escrever uma novela das 9 em todos os papeis de trouxa que fizemos. Em momentos como estes a solução é partir para outra. Seguir em frente. Sair do lugar. Sacodir a poeira. Parar de fazer perguntar, esperar respostas e apontar culpados. Partir para outra.
A solução é partir para outra quando nada do que a gente fizer vai fazer alguém ficar com a gente. Não é sobre a gente. Não é sobre nossos defeitos. É sobre não dar certo. É sobre nem tudo sair como o planejado, nem tudo acontecer como esperamos. A solução é partir para outra quando fica claro para você que já fez tudo o que podia e nem mesmo tudo feito foi o bastante.
E é isso que eu vou fazer.
Vou partir para outra história, começando e terminando em mim e não mais em alguém como cheguei a pensar, não mais em você como cheguei a pensar, não mais em algo que nem existe que eu sozinho quis acreditar. Não mais.
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por Márcio Rodrigues.
@marciorodriguees
umtravesseiroparadois@gmail.com
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