Eu não pude ser a pessoa que você precisava.
Você me dava sinais e até mesmo me falava do que sentia falta na vida.
Um carinho quando o dia é ruim, uma companhia quando o dia promete.
Coisas assim.
Mas eu não pude ser essa pessoa pra você.
Porque a gente se desencontrou e concluí ter sido o que eu mais temia: a pessoa certa na hora errada.
Eu tinha muita vontade, mas você tinha muito medo – ou algum bloqueio, por assim dizer.
A gente até tentou uma vez ou outra, mas a gente não emplacou.
Notei como já fazíamos parte das nossas próprias rotinas por meio das longas conversas pelo Whatsapp.
Conversas que começavam pela manhã.
Preenchiam o dia de trabalho.
Faziam companhia no metrô na volta pra casa.
E findavam até a hora de dormir.
Eu lembro de cada conquista minha de um “hahaha” seu.
Mas, apesar de tudo isso significar uma tendência, não foi isso o que aconteceu.
E a gente se dispersou.
Notei também que eu ocupava um lugar esquisito na sua vida.
Um lugar de hora vaga, uma coisa meio “é o que tem pra hoje”, algo assim indefinido.
Ficou bem claro como eu era sempre “sim” pra qualquer convite seu, enquanto você era um “tá corrido” para as minhas ideias.
No fundo, o meu plano era um só: te convencer que você não precisava ser convencida de nada; que havia pressão demais no mundo sobre quem você deveria ser e o que você deveria sentir, mas só você deveria saber.
E eu tentei te fazer bem de formas que me superei. Entre um chocolate inesperado e uma companhia, eu gostava que a minha presença representava a garantia de um momento bom e conversa boa. É que eu me empolgava com a chance de ocupar um lugar especial na sua vida como ninguém antes ocupara. E assim, vai saber, você conseguiria ver em mim mais alguém do que alguém legal. Você poderia ver um futuro.
Mas eu não pude ser a pessoa que você precisava.
No começo, por você não se interessar na mesma medida que eu, depois, porque a gente se desligou, nosso tempo passou e a nossa vida encontrou outros interesses e pessoas interessantes – como estávamos sujeitos a todo momento.
A gente é quem define qual hora é a certa.
Na normalidade de termos sido um quase, hoje eu me sinto bem.
Fui alguém que não conseguiu ser a pessoa que você precisava e concluo que talvez não fosse de mim ou de alguém qualquer que você precisava. Hoje é claro pra mim que, apesar de eu querer tanto, naquela época você precisava de você.
A gente seguiu a viagem da vida longe um do outro.
E numa das paradas, meu coração foi acolhido por alguém que ´é exatamente quem eu precisava.
Nas últimas notícias que soube de você, parece que você também conheceu alguém bom.
Ninguém obrigatoriamente precisa de alguém, mas nem a mais desconfiada pessoa pode negar como é bom quando a gente tem alguém que torce e faz a gente se sentir bem.
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por Márcio Rodrigues
@umtravesseiroparadois
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