Eu lembro de cada vez.
Cada uma de toda as vezes que eu deixei claro pra você o quanto eu queria.
E lembrar disso, também me evita esquecer de cada uma das vezes que você me despistou, e quando não pior, se afastou.
Pra me proteger, eu escolhi fingir costume.
Acordar um outro dia, responder uma nova mensagem sua como se nenhuma conversa tivesse acontecido na noite anterior.
Com muito cansaço em questionar, comecei a demonstrar que não me importava.
Mas isso também te incomodava.
Você só gostava quando o controle estava na sua mão.
É aquilo né: a piada só é boa quando todo mundo ri – mas eu não ria dos seus jogos e você não se esforçava muito em me entender.
Até que eu comecei a fazer como você.
E você se chateou.
Questionou minha distância. Comentou que eu passei a demorar para te responder.
Você percebeu que eu fui te despriorizando da minha vida.
Cabia qualquer outra coisa antes de caber você.
Meus dias também ficaram corridos pra gente se encontrar.
Lembrei de compromissos nos mesmos dias que marcamos de sair.
Trabalhei até tarde algumas vezes.
Tudo do jeito que você fazia e que fazia eu me sentir um peso.
Eu sou zero a favor de vingança, mas eu precisava te fazer sentir o mesmo que eu uma vez que te explicar não estava adiantando.
E tudo, principalmente, tudo porque você não tinha coragem de conversar comigo e me responder:
“Você quer ter alguma coisa?”
Agora, você lembra o quanto eu quis?
Lembra que eu quis mais de uma vez?
Lembra que usei da direta e da indireta?
Você lembra porque você é muito inteligente.
Você só fez uma escolha: não se importar.
Até começar a ver que eu, que sempre estive presente, comecei a ser passado.
Quando a certeza do meu beijo passou a ser dúvida de um abraço, você começou a reparar que a nossa relação também envolvia a minha vontade.
Eu quis muito.
E por querer tanto, não é o tipo de coisa que vou apertar o botão e falar que passou. Mas também, por eu querer tanto, é exatamente o tipo de coisa que me ajuda a concentrar melhor minha energia: vou lutar menos para te esquecer e mais para lembrar de mim.
Lembra o quanto eu quis a gente?
Talvez você lembre quando for sua vez de querer alguém também.
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