É isso.
Agora parece que complicou.
Achei que estava conseguindo disfarçar.
Meus amigos já perceberam.
Quando eu falo de você eu mando “Ahhh haha”.
Primeiro que eu tenho falado de você para os meus amigos.
Segundo que eu falo de coisas aleatórias.
Sinais. A gente sempre dá.
Comecei a elogiar coisas suas totalmente aleatórias.
“Ahhh haha ela é demais, ah, e gosta de séries de suspense e tal”
Tipo. E daí, né?
Mas eu me conheço.
A gente finge que não, teima a aceitar, mas no fundo sabemos quando estamos envolvidos, né?
E acho que a gente teima porque a cada recomeço volta um medo monstruoso de reviver dias tristes, né?

Mas eu já me apeguei a você.
A gente já entrou na fase do boa noite e bom dia.
Puts. Que fase.
Disso para rolê casal no shopping de mãos dadas é questão de dias.
Comecei a ouvir repetidamente umas músicas que você manda e procurar outras para te mandar.
Aquele processo de conquista; de demonstrar que somos pessoas interessantes.
Não forçado. Natural e sensivelmente.
Mas, quer saber?
Eu não tenho vergonha.
Me apeguei. Estou gostando das nossas conversas e planejo coisas pra gente fazer.
O dia que me apegar for um problema eu não vou me reconhecer mais.
O problema nunca vai ser se apegar a alguém, o problema é acreditar que a única possibilidade é a pessoa se apegar também. Essa é uma, jamais a única.
Já me apeguei sozinho muitas vezes. (Na verdade esse é meio que o padrão.)
E sei que já se apegaram por mim também. Que merda não ser recíproco.

Então é isso, Brasil: logo eu que ‘nossa não quero me apegar a alguém tão cedo’ etc, veja bem, estou aqui com o filme pausado há minutos porque não quero que você para de falar.
Estou oficializando tudo isso para mim para que eu consiga me entregar.
Saber onde tudo isso vai dar eu não faço ideia, mas também não gosto de assistir filme sabendo o fim. Eu assisto com atenção e cuidado para encontrar algo que eu goste.
Você já tem tanta coisa que eu gosto. Filme bom de ver desde o começo.
Só não listo aqui tudo de bom que já vi em você porque aí já não é mais apego, é outra coisa. Preciso me proteger por enquanto. Pelo menos até ter claro o que você sente também.
Eu gosto disso nosso, seja lá que nome isso tenha.
Me apegar a você e estar bem com isso é sinal que eu prefiro focar mais na parte boa das pessoas do que nas ruim. E sempre vai ser mais alegre uma vida dedicada a priorizar o lado bom das pessoas – sem ignorar que existem outros.

Como eu já vivi outros apegos antes de você, meio que me sinto na melhor fase para colocar em prática tudo o que já aprendi, e assim, tentar acertar mais do que errar e, ao mesmo tempo, conseguir ter claro o que me faz bem e mal e meu limite quanto isso.
Só não quero limites para você me marcar em memes.
Ou me dizer que gostou de ontem.
Disso eu quero mais.

por Márcio Rodrigues
umtravesseiroparadois@gmail.com